Nos últimos anos, tenho refletido profundamente sobre a questão da predestinação dos espíritos, um tema que ressoa profundamente no âmbito da teologia e da filosofia espiritual. Observando a vida e as inúmeras experiências que a acompanham, percebi que muitas vezes enfrentamos dificuldades em aceitar novos conhecimentos. A primeira reação geralmente é de relutância, um comportamento irracional que nos impede de abraçar a sabedoria que nos é apresentada. Este ciclo, no entanto, é essencial, pois somos conquistados pelo conhecimento e pela razão, e não pela emoção.
A predestinação dos espíritos é um ponto sensível e requer uma abordagem madura. A pergunta que guia esta reflexão é: todos os espíritos são predestinados? Para responder adequadamente, é crucial revisitar conhecimentos previamente adquiridos. Primeiramente, devemos compreender a questão do bem e do mal. No âmbito espiritual, esses conceitos não se aplicam. Deus não criou espíritos maus, e a dicotomia entre bem e mal pertence exclusivamente ao mundo humano. Esta compreensão é fundamental para avançarmos na discussão sobre a predestinação.
Quando falamos de bem e mal, é importante destacar que estas categorias estão intrinsecamente ligadas à carne, ao mundo material. No âmbito espiritual, não há bem nem mal. Os espíritos, revestidos de carne, não adquirem essas qualidades ao deixarem esta vida. Isso nos ajuda a compreender que o mal, por exemplo, é uma realidade apenas no domínio da carne. As escrituras são claras ao mostrar que as obras da carne são fonte de malefícios, algo que Paulo aborda com propriedade.
O Apocalipse de Pedro, Uma Escatologia Consumada
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Neste contexto, é natural questionar se um espírito pode ser condenado. Se bem e mal pertencem ao mundo da carne, um espírito, que está acima dessas categorias, não pode ser condenado por ações materiais. A compreensão do bem e do mal como conhecimentos inferiores, ligados diretamente à carne, reforça essa perspectiva. Paulo, em suas epístolas, ilustra essa luta interna, mostrando que na carne não reside bem algum.
Outro ponto crucial é a natureza da alma. A alma, segundo Gênesis 2:7, foi criada para dar animosidade ao corpo de carne, envolvendo todo o psiquismo humano – desejos, vontades, alegrias e tristezas. Isso demonstra que a alma está profundamente ligada à matéria e ao entendimento humano, diferindo do entendimento espiritual. Alguns acreditam na eternidade da alma, um conceito que surgiu devido às influências de várias crenças pagãs ao longo da história.
Voltando à pergunta central, se todos os espíritos são predestinados, a resposta é afirmativa. Todos os espíritos, ao virem a este mundo com um propósito divino, são predestinados a retornar. Esta predestinação ocorre no mundo espiritual, onde os espíritos revestidos de carne possuem arbítrios de escolha, mas não para condenação ou salvação, e sim para cumprir propósitos específicos. A Bíblia sustenta essa visão, como em Efésios 2:10, que afirma que somos criados em Cristo para boas obras, previamente preparadas por Deus.
As escrituras fornecem outras bases para essa compreensão. O livro de Enoque, por exemplo, reforça a ideia de predestinação através das boas obras devidamente avaliadas pelo Senhor dos espíritos. Paulo, em sua epístola aos Romanos, expressa que a luta contra a carne é uma constante, mas isso não impede a predestinação dos espíritos. Eclesiastes também contribui para essa visão, descrevendo o retorno do espírito a Deus.
O sonho de Jacó, em Gênesis 28:12, é uma metáfora poderosa dessa ida e vinda dos espíritos predestinados. A visão de João no Apocalipse, vendo a nova Jerusalém descendo do céu, reforça essa noção, mostrando os espíritos como instrumentos de desenvolvimento espiritual na Terra. Estes textos bíblicos juntos constroem uma narrativa consistente sobre a predestinação dos espíritos.
Concluo esta reflexão ressaltando que a predestinação dos espíritos é um tema que requer uma metanoia, uma transformação de entendimento. Através da sabedoria espiritual, somos chamados a compreender nosso verdadeiro objetivo, missão e propósito neste mundo. As experiências quase morte, relatadas por muitos, frequentemente confirmam essa visão, proporcionando insights sobre nosso papel como seres espirituais.
Espero que esta mensagem tenha sido clara e que possa inspirar uma compreensão mais profunda da predestinação. Convido todos a continuarem esta jornada de conhecimento e reflexão, sempre buscando a sabedoria espiritual que nos guia e ilumina. Graça e paz a todos, até a próxima mensagem.
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