O Que Fazemos na Debilidade Humana Seremos Julgados no Espírito?

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A ideia de condenação espiritual discutida frequentemente é baseada em uma interpretação inadequada da relação entre a lei mosaica, o pecado e a nova aliança estabelecida por Cristo. Este artigo visa refutar a visão que busca aplicar conceitos de transgressão e condenação à luz das leis humanas e da legislação antiga, reafirmando que a natureza do pecado e a sua condenação foram transformadas, e continuam vivas depois da segunda vinda de Cristo e a queda do Templo no ano 70 d.C.

Historicamente, a questão do pecado na Bíblia está intimamente ligada à lei mosaica. Esta lei, dada a Moisés no Sinai, serviu como um código moral e legal para o povo de Israel. De acordo com a Escritura, o pecado é definido como a transgressão desta lei. No entanto, a própria Bíblia revela que essa lei teve seu cumprimento em Cristo. Jesus, ao cumprir a lei mosaica, trouxe uma nova aliança e a substituiu pela lei do Espírito de vida, conforme descrito em Romanos 8:1-2: “Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus. Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, te livrou da lei do pecado e da morte.”

A destruição do Templo em Jerusalém no ano 70 d.C. e o fim do sacerdócio levítico marcaram a extinção da legislação mosaica como base para a condenação espiritual. Este evento histórico e teológico representou a transição final para a nova aliança em Cristo, substituindo a lei antiga e suas exigências. A ideia de que a lei mosaica ainda se aplica para a condenação espiritual é uma compreensão defasada e não reconhece o cumprimento da lei em Cristo e a introdução da nova lei.

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Alguns pregadores não compreendem o momento crucial de transição entre o ministério de Jesus, iniciado em 30 d.C., e a consumação dos séculos em 70 d.C. Este período é fundamental para entender que, enquanto o ministério de Jesus reorientava a compreensão da lei e do pecado, muitos ainda vinculavam o pecado à lei mosaica, resultando em uma visão errônea sobre a extirpação do pecado. A falta de entendimento sobre essa transição tem levado a uma interpretação incorreta do papel do pecado após a nova aliança.

Quando afirmamos que o pecado deixou de existir, o que estamos dizendo é que ele perdeu a sua força acusatória, como evidenciado em 1 Coríntios 15:56: “O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.” Esta passagem indica que o pecado, embora ainda presente no mundo, não possui mais o mesmo poder condenatório que tinha sob a antiga lei. A perda dessa força é uma consequência da nova aliança, que substituiu a condenação pela graça e pela vida em Cristo.

Mesmo antes da lei mosaica, o pecado já estava presente no mundo, conforme revelado em Gênesis 4:7: “Se bem fizeres, não é certo? E se não fizeres bem, o pecado jaz à porta; e sobre ti será o seu desejo, mas sobre ele deves dominar.” A presença do pecado é um dado da condição humana, mas a condenação associada a ele mudou com a nova aliança.

É fundamental reconhecer que a aplicação de leis humanas, que são mutáveis e contextuais, para o julgamento espiritual é absurda. As leis dos homens são passageiras e mudam ao longo do tempo, enquanto o julgamento espiritual e a justiça divina transcendem essas limitações. Comparar a aplicação de normas jurídicas humanas à condenação espiritual é uma falácia que desconsidera a imutabilidade da justiça divina.

A tentativa de julgar o pecado e os erros humanos com base em diferentes legislações ou normas culturais não apenas é inadequada, como também reflete uma visão carnal da justiça. A consequência dos nossos atos no mundo é, na verdade, a morte física, e não um julgamento espiritual baseado em erros e acertos humanos. A compreensão do que é pecado e erro é essencial para o crescimento pessoal e espiritual, bem como para a vivência da nova aliança em Cristo.

Entender que a justiça e a condenação espiritual não se baseiam em uma comparação direta com leis humanas é crucial para a correta prática da fé cristã. O que se faz neste mundo tem consequências na esfera terrena e, conforme descrito em Gálatas 6:7: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.” As ações humanas têm suas repercussões, mas um julgamento, ainda mais no âmbito espiritual não deve ser confundido com as leis e normas deste mundo.

Em conclusão, a visão de que o pecado e a condenação espiritual devem ser avaliados com base em legislações humanas ou normas culturais é incorreta e desconsidera a profundidade da transformação que ocorreu com a vinda de Cristo. A lei mosaica foi cumprida e substituída pela nova aliança, e a condenação do pecado foi transformada pela graça. Portanto, a verdadeira compreensão do pecado e da justiça divina deve se basear no ensino das Escrituras e na nova lei do Espírito, e não em interpretações inadequadas ou comparações com leis humanas passageiras.

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