O Inferno na Religião e o Inferno na Bíblia – Parte 1

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Ao longo da minha jornada de estudo e reflexão sobre as Escrituras, sempre me intrigou a forma como o inferno é retratado tanto na religião quanto na Bíblia. Essa diferença gritante entre a concepção popular e o que realmente está escrito na Palavra de Deus me levou a explorar profundamente o tema. Neste artigo, quero compartilhar com vocês minha visão sobre o inferno, como ele foi distorcido ao longo dos séculos, e o que a Bíblia realmente ensina sobre este assunto.

Para começar, é importante destacar que o conceito de inferno, como muitos o conhecem hoje — um lugar de fogo, tormento eterno, com demônios e o diabo segurando um tridente — não está presente nas Escrituras. Esse “inferno” foi uma criação da Idade Média, influenciada por elementos culturais, políticos e artísticos. A Igreja Romana, durante o auge de seu poder, utilizou essa imagem aterrorizante para manter o controle sobre as massas. As gravuras medievais, filmes de terror, e até mesmo Hollywood contribuíram para enraizar essa concepção, mas ela não reflete a verdade bíblica.

A Força do Inferno

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Eu costumo mencionar que, durante a Idade Média, a Igreja Romana enfrentava muitos desafios, principalmente por causa da corrupção interna. Para sustentar seu domínio sobre o povo, a Igreja manipulou o conceito de inferno, usando-o como uma arma para intimidar e controlar. Pintores como Leonardo da Vinci e Hieronymus Bosch contribuíram para essa imagem, criando obras que representavam almas atormentadas e demônios ferozes. Esses artistas, a mando da Igreja, ajudaram a solidificar essa visão aterrorizante nas mentes das pessoas.

Jonas e o Enredo do Inferno

Agora, quando nos voltamos para a Bíblia, encontramos uma realidade muito diferente. Um dos exemplos mais claros que costumo usar é a história de Jonas. No capítulo 2, versículos 1 e 2, Jonas, após ser engolido por um grande peixe, clama a Deus “das entranhas do inferno”. Se seguirmos a interpretação popular do inferno, como um lugar onde a alma é eternamente separada de Deus, como Jonas pôde ter sido ouvido? A verdade é que a palavra “inferno” aqui não se refere ao inferno de tormento eterno, mas a um lugar de confinamento ou sepultura.

Os Originais Desmascara o Sistema

Esse é um ponto fundamental: muitas vezes, a palavra “inferno” na Bíblia foi traduzida erroneamente. Termos como Sheol, no hebraico, e Hades, no grego, referem-se à sepultura ou a um estado de ocultação, não a um lugar de punição eterna. Ao longo dos séculos, essas palavras foram intencionalmente distorcidas para sustentar a doutrina do inferno eterno, que nunca foi parte do plano original das Escrituras.

Uma das passagens que sempre menciono para ilustrar isso é a referência de Jesus a Geena, um lugar fora de Jerusalém onde se queimava lixo e onde criminosos eram descartados. Jesus usou Geena como uma metáfora para destruição, mas, novamente, a religião transformou isso em um símbolo do inferno de tormento eterno. A verdade é que Geena não era um lugar de sofrimento consciente, mas sim um local de destruição física.

O Sistema se Alimenta do Medo do Inferno

A religião criou um verdadeiro sistema em torno do medo do inferno. Eu já vi muitas vezes as pessoas sendo levadas a crer que, se não seguirem certos rituais ou regras, elas estão automaticamente condenadas a esse inferno inventado. Isso simplesmente não faz sentido quando analisamos o que as Escrituras realmente dizem. A palavra sepultura foi substituída pela palavra “inferno” em várias passagens, mudando o sentido original do texto e promovendo um conceito que se afasta do ensinamento bíblico.

Outro exemplo interessante que utilizo para desconstruir esse mito do inferno é a passagem de Mateus 5:29, onde Jesus diz: “Se o teu olho direito te escandaliza, arranca-o”. A interpretação tradicional dessa passagem sugere que todo o corpo seria lançado no inferno se não houvesse obediência. Mas, mais uma vez, precisamos entender que o inferno aqui mencionado é Geena, o lugar onde se queimava o lixo e os corpos dos criminosos. Jesus estava se referindo a uma destruição física, e não a uma punição espiritual eterna.

Os Danos a Humanidade Causado Pelo Inferno da Religião

Essa doutrina equivocada do inferno tem causado danos profundos ao longo dos séculos. Ela foi usada para intimidar, controlar e manipular as pessoas. Até hoje, vemos o impacto desse ensino nas mentes das pessoas. Lembro-me de um caso em que uma pessoa me disse que alguém, ao morrer, teria “descido aos quintos dos infernos”. Essa mentalidade é o reflexo de uma distorção que foi perpetuada por muito tempo, sem que as pessoas parassem para questionar o que a Bíblia realmente ensina.

Conclusão

Portanto, é crucial que façamos uma releitura das Escrituras à luz do contexto original e das palavras que foram usadas. O conceito de inferno que muitos de nós carregamos não é bíblico. O inferno, como é descrito na Bíblia, refere-se a sepulturas, destruição e ocultação. Não a um lugar de tormento eterno.

Ao analisarmos passagens como as de Jonas, de Mateus e outras, percebemos que o inferno bíblico é um estado transitório, onde o corpo descansa até o julgamento final, e não um destino de sofrimento eterno. Somente Jesus Cristo, o Senhor da Glória, ressuscitou da sepultura, e é Ele quem oferece a vida eterna.

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