4 Maiores Mentiras Sobre o Preterismo Completo

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Introdução

O preterismo completo é uma abordagem teológica que interpreta a maioria, se não todas, as profecias bíblicas como já cumpridas, principalmente no contexto da destruição de Jerusalém em 70 d.C. Apesar de sua base histórica e doutrinária sólida, essa interpretação enfrenta críticas consideráveis. Neste artigo, analisaremos as quatro maiores mentiras contadas sobre o preterismo completo, com base no texto de André Pimentel, e desmistificaremos esses equívocos comuns.

Primeira Mentira: “O Preterismo Completo é uma Invenção Moderna”

A primeira mentira que frequentemente se espalha é que o preterismo completo é uma invenção recente, algo moderno e, portanto, sem raízes históricas profundas. Essa afirmação ignora a vasta tradição histórica que apoia essa interpretação. Desde Eusébio de Cesareia, um dos pais da Igreja, até teólogos e historiadores de renome, muitos defenderam e praticaram o preterismo. Eusébio, que viveu entre os séculos III e IV, é conhecido por suas obras que abordam a história da Igreja e que sugerem uma interpretação preterista das profecias bíblicas.

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Além de Eusébio, outros grandes nomes da história cristã também adotaram perspectivas semelhantes, como Agostinho de Hipona, que em sua obra “A Cidade de Deus” apresenta visões que ressoam com o preterismo. É importante lembrar que o preterismo não surgiu em um vácuo, mas sim como uma continuidade do pensamento teológico que já existia nos primeiros séculos do cristianismo. A ideia de que esta interpretação é uma novidade é, na verdade, uma tentativa de desqualificar um entendimento que desafia o status quo do cristianismo institucionalizado.

Portanto, ao afirmarmos que o preterismo completo não é uma invenção moderna, mas sim uma interpretação profundamente enraizada na história da Igreja, estamos reforçando a validade e a importância de revisitar essas antigas tradições teológicas à luz das Escrituras. A passagem de Mateus 24:34, onde Jesus afirma que “esta geração não passará até que todas estas coisas aconteçam”, é frequentemente citada como uma evidência bíblica de que as profecias sobre o fim dos tempos foram cumpridas no primeiro século.

Segunda Mentira: “O Preterismo Completo é uma Heresia”

Outra acusação comum é a de que o preterismo completo seria uma heresia, afastando-se dos ensinamentos tradicionais da Igreja. No entanto, ao entender a etimologia das palavras “seita” e “heresia”, percebemos que ambas derivam do grego “háiresis”, que significa escolha ou corrente de pensamento. Portanto, rotular o preterismo como herético é, em essência, desconsiderar uma corrente legítima de interpretação bíblica, que, apesar de ser minoritária, por enquanto, encontra respaldo tanto nas Escrituras quanto na história da Igreja.

A noção de heresia, ao longo dos séculos, foi usada para desacreditar ideias que iam contra a teologia dominante do cristianismo tradicional. No entanto, como qualquer corrente de pensamento, o preterismo completo deve ser avaliado por seus méritos bíblicos e históricos, e não simplesmente descartado como uma distorção. Quando examinamos as Escrituras, vemos que muitos aspectos da escatologia tradicional, que espera eventos futuros catastróficos, têm sido interpretados de maneiras diferentes por diversas correntes ao longo da história.

Tomemos como exemplo a crítica de que o preterismo distorce as profecias bíblicas. Em vez disso, podemos argumentar que ele oferece uma interpretação que é fiel ao contexto histórico e cultural em que essas profecias foram escritas. Na segunda epístola de Pedro 3:8-9, por exemplo, há uma discussão sobre a aparente demora na volta de Cristo, o que pode ser entendido como uma questão de interpretação do tempo divino versus o tempo humano. Isso mostra que, desde o início, a Igreja lidou com diferentes perspectivas sobre o cumprimento das profecias.

Terceira Mentira: “O Preterismo Completo Deixou a Igreja Sem Direção Profética por 2.000 Anos”

A terceira mentira gira em torno da ideia de que o preterismo completo teria deixado a Igreja sem uma direção profética clara durante os últimos dois milênios. Esse argumento é falacioso, pois o preterismo não nega a profecia bíblica, mas sim a contextualiza em seu devido tempo. A interpretação preterista reconhece o cumprimento das profecias no primeiro século, enquanto enfatiza que a orientação para a vida cristã continua relevante e ativa através dos ensinamentos bíblicos. A igreja, portanto, não está sem direção, mas sim ancorada na verdade já revelada e cumprida.

As Escrituras, ao serem lidas dentro de seu contexto histórico e literário, oferecem uma orientação contínua para os cristãos de todas as épocas. Paulo, em sua segunda carta a Timóteo 3:16-17, afirma que “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça”. Isso significa que, mesmo após o cumprimento das profecias escatológicas no primeiro século, as Escrituras continuam a ser uma fonte de instrução para a vida cristã.

Além disso, o preterismo completo não deixa a Igreja sem uma missão ou propósito. Pelo contrário, ele reforça a importância da Grande Comissão, como encontrada em Mateus 28:19-20, onde Jesus instrui seus discípulos a “fazer discípulos de todas as nações”. A interpretação preterista nos lembra que, embora as profecias tenham se cumprido, a missão da Igreja de espalhar o Reino de Deus permanece mais relevante do que nunca.

Quarta Mentira: “O Preterismo Completo Tira a Esperança do Cristão”

Por fim, alguns críticos afirmam que o preterismo completo rouba a esperança dos cristãos, ao sugerir que não há mais nada a esperar em termos escatológicos. Na verdade, o preterismo completo propõe uma esperança baseada na realidade presente do Reino de Deus, que está crescendo e se manifestando continuamente. A esperança cristã não está ancorada em expectativas futuras incertas, mas na certeza do que Cristo já realizou e continua a realizar no mundo.

A esperança cristã, conforme descrita em Hebreus 6:19, é como uma âncora segura e firme para a alma. Essa esperança não depende de eventos futuros, mas da obra consumada de Cristo, que nos assegura que o Reino de Deus está presente entre nós. A expectativa de um futuro apocalíptico tem levado muitos a uma espera passiva, enquanto o preterismo completo incentiva uma participação ativa na construção do Reino de Deus aqui e agora.

Além disso, ao enfatizar a realização das promessas de Deus no passado, o preterismo nos chama a viver com mais intensidade a fé no presente. Como Paulo escreve em Filipenses 1:21, “para mim, o viver é Cristo e o morrer é lucro”. Essa visão nos motiva a viver de forma significativa, sabendo que nossa esperança está segura em Cristo, independentemente das circunstâncias. O preterismo completo, portanto, não tira a esperança do cristão, mas a fundamenta em uma realidade espiritual que é eterna.

Conclusão e Convite

O preterismo completo, longe de ser uma invenção moderna ou heresia, oferece uma perspectiva rica e historicamente enraizada das Escrituras. Ele não priva a Igreja de direção ou esperança, mas a fortalece com uma compreensão profunda das profecias bíblicas já cumpridas. Convido você a explorar mais sobre esse tema assistindo à nossa playlist no YouTube, onde abordamos cada uma dessas questões em detalhes, oferecendo um novo olhar sobre a escatologia cristã.

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