No cerne da interpretação do preterismo completo reside a convicção de que as profecias escatológicas de Jesus, incluindo a destruição do Templo de Jerusalém, já se cumpriram no passado. Essa perspectiva, embora desafiadora para alguns, oferece uma lente única através da qual podemos interpretar as Escrituras e, consequentemente, viver nossas vidas.
A passagem de Mateus 24:36, onde Jesus afirma que “daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, mas unicamente meu Pai”, é frequentemente utilizada para argumentar que o fim dos tempos ainda está por vir. No entanto, sob a luz do preterismo completo, essa passagem adquire um novo significado.
No contexto histórico-cultural, Jesus proferiu essas palavras entre os anos 30 e 33 d.C., pouco antes de sua crucificação. Ele estava alertando seus discípulos sobre a iminente destruição do Templo de Jerusalém, um evento que se concretizou no ano 70 d.C. com a invasão romana. Portanto, biblicamente falando, o “último dia” da era da Lei Mosaica já ocorreu.
Sermão do Fim do Mundo
Este livro é um mergulho profundo no Sermão do Monte das Oliveiras, um dos discursos mais importantes e controversos de Jesus Cristo. Ao contrário das interpretações tradicionais que projetam as profecias para um futuro distante, esta obra apresenta uma perspectiva inovadora, baseada no preterismo completo. (181 págs.)
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Essa interpretação não invalida, contudo, a relevância da escatologia para nossas vidas. Ao contrário, ela a torna ainda mais urgente. Se o “último dia” da era da Lei já se cumpriu, então estamos vivendo no “agora” da eternidade, no tempo presente do Reino de Deus. Isso significa que nossas ações e escolhas têm um impacto eterno, pois estamos moldando o futuro da criação.
Assim como os discípulos de Jesus não sabiam o dia exato da destruição do Templo, nós também não sabemos o dia de nossa morte. No entanto, assim como eles foram chamados a viver em alerta e vigilância, também somos chamados a viver de forma consciente e intencional, aproveitando cada momento para cumprir o propósito de Deus em nossas vidas.
Essa consciência da finitude da vida não deve nos levar ao desespero, mas sim à ação. Se sabemos que nosso tempo na Terra é limitado, então devemos usá-lo com sabedoria, investindo em relacionamentos, servindo ao próximo e deixando um legado que honre a Deus.
Em Romanos 7:25, o apóstolo Paulo expressa a luta interna entre a carne e o espírito, que todos nós enfrentamos. Essa luta, longe de ser um obstáculo, é uma oportunidade para crescermos em conhecimento e nos aproximarmos de Deus, ao ponto de Paulo expressar que só podemos servir a Deus no espírito e na carne há ainda a debilidade. Afinal, é através das nossas escolhas diárias que demonstramos nossa fé e nosso amor a Deus.
A escatologia consumada nos convida a viver no presente, conscientes da eternidade que nos aguarda. Ela nos chama a sermos agentes de transformação no mundo, trabalhando pela justiça, pela paz e pela reconciliação. Ela nos lembra que nossas ações têm consequências eternas, tanto para nós quanto para as futuras gerações.
Em 1 Pedro 3:21, o apóstolo Pedro nos lembra que o batismo realizado naqueles dias e para aqueles dias, não é apenas um ritual externo, mas sim uma “indagação de uma boa consciência para com Deus”. Essa boa consciência é o resultado de uma vida vivida em obediência à vontade de Deus, uma vida marcada pelo amor, pela compaixão e pela justiça.
Portanto, a escatologia consumada não é apenas uma teoria teológica, mas sim um chamado à ação. Ela nos convida a viver o “agora” da eternidade, conscientes da nossa responsabilidade diante de Deus e do próximo. Ela nos desafia a deixar um legado que honre a Deus e inspire as futuras gerações.
Em última análise, a escatologia consumada nos lembra que a vida é um presente de Deus, e que devemos usá-lo com sabedoria. Que possamos viver cada dia como se fosse o último, buscando a vontade de Deus em todas as coisas e deixando um legado que glorifique o Seu nome.
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