Recentemente, li o livro As Mentiras que Nos Contaram Sobre Deus, de William P. Young, e fui profundamente impactado pelo capítulo 3, que aborda a polêmica questão da frase “Deus está no controle.” Neste capítulo, Young questiona essa crença amplamente difundida, argumentando que atribuir a Deus o controle absoluto sobre tudo o que acontece no mundo pode levar a uma visão distorcida de Sua natureza, sugerindo que Ele seja o causador dos males e sofrimentos que afligem a humanidade.
Para entender melhor essa questão, é importante distinguir entre o plano material e o espiritual. No plano material, nossas ações têm consequências diretas, e somos responsáveis por essas consequências. O sofrimento que experimentamos ou causamos faz parte do mundo material, regido pelo livre-arbítrio e pelas escolhas humanas. Nesse contexto, a ideia de que “Deus está no controle” não se refere a um controle determinista das ações humanas, mas sim à responsabilidade que nos foi dada para governar o mundo.
Young compartilha a história de uma amiga que enfrentou o sofrimento de ver uma jovem atleta paralisada após um acidente. Essa situação a levou a questionar se tal tragédia poderia realmente fazer parte do “plano maravilhoso de Deus.” A ideia de que Deus planeja ou permite intencionalmente o mal em nome de Sua soberania desafia nossa compreensão de Sua bondade e amor incondicional. Ao longo do capítulo, o autor enfatiza que essa concepção de controle divino pode levar a uma percepção errônea de que Deus, em Seu poder, orquestra até mesmo os eventos mais dolorosos de nossas vidas.
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Devemos Humanizar Deus?
Refletindo sobre essa leitura, chego à conclusão de que, no fundo, a tentativa de humanizar Deus ao nosso plano, atribuindo-Lhe características humanas como o controle determinista, é uma maneira limitada de compreender Sua verdadeira natureza. No plano espiritual, Deus não é um manipulador dos acontecimentos terrenos, mas sim um ser infinitamente maior, que nos ama e nos dá a liberdade de agir no mundo material. Ao fazermos isso, projetamos nossas próprias inseguranças e necessidades de controle sobre o divino, esquecendo que Deus é infinitamente maior do que nossa capacidade de entendimento.
O Acaso é Mero Acaso?
Além disso, não devemos ver o acaso como mero acaso. Cada evento, cada escolha que fazemos, está entrelaçado em uma rede de causas e efeitos que nos foi entregue para administrar. Em João 10:27-30, Jesus nos assegura que, apesar de nossa liberdade e responsabilidade no plano material, nenhum de nós se perderá no plano espiritual, pois estamos sob Seu Selo Eterno pré-destinados. Isso significa que, no plano espiritual, Deus garante o retorno de cada alma ao seu lar, independentemente dos acontecimentos terrenos. Isso não significa que Deus interfere em cada detalhe da vida material, mas que Ele nos guia e sustenta, oferecendo-nos a possibilidade de crescer e aprender através de nossas escolhas.
Em vez de pensar em Deus como um manipulador dos acontecimentos, devemos reconhecer que Ele nos deu a responsabilidade de administrar o mundo. Como está escrito em Gênesis 2:15, Deus colocou o homem no Jardim do Éden para cultivá-lo e guardá-lo, conferindo-nos o papel de cuidadores da criação. Isso significa que as ações humanas têm consequências diretas, tanto positivas quanto negativas, e que somos nós, e não Deus, os responsáveis pelos males e bens que afetam o mundo.
Conclusão
Portanto, ao reconsiderarmos a ideia de que “Deus está no controle”, devemos entender que Ele nos concedeu o livre-arbítrio e os recursos necessários para governar nossas vidas e o mundo ao nosso redor no plano material. A verdadeira soberania divina não reside em controlar cada aspecto de nossas vidas terrenas, mas em nos amar e nos dar a liberdade de viver plenamente, sabendo que nossas ações têm consequências. No entanto, no plano espiritual, estamos seguros sob o cuidado de Deus, predestinados a retornar ao lar espiritual. É essa liberdade, acompanhada pela certeza de que estamos sob o cuidado de Deus, que nos permite caminhar em fé, confiando que, independentemente das circunstâncias, Ele está presente, nos guiando em direção ao bem maior que é o tesouro, que está por dentro, disto Ele não abrirá mão “E ninguém os arrebatará de suas mãos”.