Introdução
Neste artigo, abordarei a questão da continuidade dos dons do Espírito Santo, uma questão que tem gerado debate entre os estudiosos e os praticantes da fé cristã. Através de uma análise cuidadosa das Escrituras e das implicações teológicas, buscarei esclarecer se os dons mencionados na Bíblia ainda são relevantes para nós hoje.
Primeiramente, é importante entender o contexto histórico e teológico. Em 1 Coríntios 12, o apóstolo Paulo discute os dons espirituais, listando vários que foram dados aos cristãos primitivos, como profecia, línguas e curas. No entanto, surgem questionamentos sobre se esses dons ainda são operativos após a destruição do templo em 70 d.C. e a formação completa do Novo Testamento.
Sermão do Fim do Mundo
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A Necessidade nos Primeiros Séculos
A primeira questão a ser discutida é a necessidade de revelação divina durante o período do Novo Testamento. Antes da compilação completa das Escrituras, a revelação direta era essencial para guiar a Igreja. Como destacado em 2 Coríntios 12:1, Paulo recebeu visões e revelações que não eram apenas pessoais, mas também fundamentais para o entendimento e disseminação do evangelho. Nesse contexto, a necessidade de revelação direta era evidente, visto que a Bíblia, como conhecemos hoje, ainda não estava disponível.
Com o advento do Novo Testamento, o cenário mudou. Conforme apontado em 1 Coríntios 13:8-10, Paulo prevê que os dons de profecia e línguas cessariam quando “o que é perfeito” chegasse. A plenitude das Escrituras, portanto, substitui a necessidade de dons espirituais para orientação direta. Isso não significa que o Espírito Santo deixou de agir, mas que a forma de Sua ação mudou com a conclusão das Escrituras.
O Que diz Lucas 16: 16
A questão das profecias e do seu fim é também abordada em Lucas 16:16, onde é indicado que, até João Batista, as profecias eram a principal forma de comunicação divina. Após isso, as boas novas do Reino de Deus começaram a ser anunciadas, sinalizando uma mudança na forma como Deus se comunica com a humanidade. Aprofundando-se em Atos 11:27-28, vemos que profecias ainda ocorreram, mas eram específicas para a situação presente, como a previsão de uma fome global.
A divergência sobre a continuidade dos dons espirituais pode levar a confusões, mas é crucial reconhecer que, com a completa revelação nas Escrituras, os dons de profecia e línguas passaram a ter uma função diferente. Em vez de serem meios de comunicação divina, as Escrituras agora fornecem toda a orientação necessária. Como mencionado em 1 Coríntios 13:9-10, enquanto o conhecimento e a profecia eram parciais antes da conclusão do Novo Testamento, a plenitude das Escrituras fornece um conhecimento completo.
E a Presença do Espírito Santo nos Dias de Hoje?
Em relação à presença do Espírito Santo após o ano 70, é importante observar que divergências de opinião entre os cristãos não invalidam a ação contínua do Espírito Santo. A presença e a função do Espírito Santo permanecem essenciais para a vida cristã, conforme exemplificado pelos conflitos entre Pedro e Paulo, mencionados em Gálatas 2:11-12. Essas discordâncias não diminuem a importância do Espírito Santo, que continua a operar na vida dos crentes, impulsionando-os a viver como novas criaturas em Cristo.
Em resumo, os dons do Espírito Santo, como profecia e línguas, cessaram com a conclusão das Escrituras. No entanto, o Espírito Santo continua a atuar na vida dos crentes, guiando-os e transformando-os de acordo com a Palavra de Deus. A revelação completa encontrada nas Escrituras substitui a necessidade de dons revelacionais diretos, mas o Espírito Santo continua a ser uma presença vital na vida cristã.
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