Introdução
A interpretação tradicional da Segunda Vinda de Cristo, conhecida como Parusia, tem sido amplamente entendida como um evento único e futuro, esperado no fim dos tempos. No entanto, ao aprofundar-me nos textos bíblicos e nas fontes históricas, cheguei à conclusão de que a Parusia pode ter ocorrido em várias etapas, próximas ao ano principal, como uma espécie de reverberação, manifestando-se em momentos cruciais da história próximas ao ano 70dC. Este artigo visa explorar essa interpretação, fundamentando-se tanto nas Escrituras quanto nos eventos históricos, especialmente no contexto da Guerra Judaica e a queda de Jerusalém em 70 d.C.
A Natureza Múltipla da Parusia
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A primeira questão que devemos abordar é a ideia de que a Parusia de Cristo não foi um evento único e isolado. Em vez disso, as Escrituras sugerem que Cristo apareceu em várias ocasiões próximas ao ano 70dC., principalmente durante eventos significativos que envolviam julgamento divino, mostrando uma reverberação de seus efeitos. Essa interpretação não apenas desafia a visão tradicional de uma única vinda de Cristo, mas também nos convida a reconsiderar como entendemos o cumprimento das profecias bíblicas.
Cristo e a Guerra Judaica (66-70 d.C.)
Um dos momentos mais críticos em que a Parusia de Cristo se manifestou foi durante a Guerra Judaica, que culminou na destruição de Jerusalém em 70 d.C. De acordo com o historiador Flávio Josefo, a destruição de Jerusalém foi um evento de proporções apocalípticas, que cumpriu todas profecias do Antigo Testamento. Cristo, ao prever a destruição do Templo em Mateus 24:2, disse: “Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derribada.”
A Aparição de Cristo em 70 d.C.
Ao examinar o relato de Josefo e outros historiadores contemporâneos, fica claro que muitos judeus da época interpretaram a destruição de Jerusalém como um julgamento divino. Em Apocalipse 19:11-21, encontramos uma descrição da vinda de Cristo para julgar as nações. Essa passagem pode ser vista como uma alusão à destruição de Jerusalém, onde Cristo teria vindo nas nuvens para julgar a cidade que o rejeitou. Esta aparição é uma manifestação da Parusia no contexto histórico.
A Dinastia Flaviana e a Parusia
Outro momento significativo que podemos associar à Parusia de Cristo é a morte dos imperadores da dinastia Flaviana: Vespasiano, Tito e Domiciano. A dinastia Flaviana foi diretamente responsável pela destruição de Jerusalém, e suas mortes podem ser vistas como parte do julgamento divino. Apocalipse 13:3 menciona a besta cuja ferida mortal foi curada, uma referência que alguns estudiosos associam a Vespasiano.
A Destruição de Pompéia, Herculano e Estábia
Em 79 d.C., uma erupção vulcânica devastou as cidades de Pompéia, Herculano e Estábia. Historicamente, esse evento é visto como um desastre natural, mas à luz da interpretação preterista completa, pode ser visto como uma continuação da Parusia de Cristo, julgando a nação que havia punido Israel. O Salmo 18:6-16 e 2 Samuel 22:8-15 descrevem Deus vindo nas nuvens, com trovões e raios, para julgar as nações. Essas passagens podem ser interpretadas como uma prefiguração do que ocorreu na destruição dessas cidades.
Reverberação Profética e Múltiplas Aparições
O conceito de reverberação profética é central para a interpretação preterista completa. Ele sugere que as profecias bíblicas não se cumprem de uma vez só, mas têm múltiplos cumprimentos ao longo da história. Essa ideia está enraizada nas Escrituras, onde vemos Deus se manifestando repetidamente para julgar nações e povos. Um exemplo disso é a destruição da Babilônia em Isaías 47:1-6, onde Deus usa uma nação estrangeira para punir Israel, mas depois pune essa nação também.
As Teofanias de Cristo no Antigo Testamento
As Escrituras estão repletas de aparições de Deus e de Cristo antes mesmo da encarnação de Jesus. Em Ezequiel 1:4-26 e Daniel 12:5-7, encontramos descrições de teofanias, onde Deus aparece em meio a nuvens e fogo. Essas aparições do Antigo Testamento estabelecem um padrão bíblico que se repete no Novo Testamento com a Parusia de Cristo. Em Mateus 24:30, Jesus diz que “verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.”
A Parusia Após a Ascensão
Após a ascensão de Cristo, as Escrituras relatam várias aparições de Cristo. Em Atos 1:9-11, os discípulos veem Jesus ser elevado ao céu, mas dois anjos lhes dizem que Ele voltará da mesma maneira. Essa promessa pode ter sido cumprida em 66 d.C., quando, segundo a interpretação do preterismo completo, Cristo teria começado sua Parusia, culminando na destruição de Jerusalém em 70 d.C.
O Julgamento das Igrejas na Ásia Menor
Outra evidência de múltiplas aparições de Cristo está no julgamento das igrejas na Ásia Menor, descrito em Apocalipse 2 e 3. Essas igrejas, localizadas em Éfeso, Pérgamo e Sardes, estavam fora do escopo da Guerra Judaica. No entanto, Cristo prometeu julgar essas igrejas, o que sugere que sua Parusia não se limitou à Palestina, mas se estendeu a outras regiões.
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A Queda de Roma e o Julgamento Divino
A queda de Roma em 476 d.C. foi outro evento significativo que pode estar relacionado à Parusia de Cristo. A cidade que havia sido usada para punir Israel foi, por sua vez, punida. Essa interpretação é consistente com o padrão bíblico de julgamento, onde Deus usa uma nação para punir outra e, depois, julga a nação punitiva.
A Parusia como um Fenômeno Histórico Contínuo
A visão preterista completa nos leva a entender a Parusia não como um único evento futuro, mas como momentos históricos distintos próximos ao ano 70 dC.. Essa interpretação desafia a visão tradicional e nos convida a examinar as Escrituras de maneira mais contextualizada e histórica.
Conclusão
A Parusia de Cristo, quando vista sob a lente da interpretação preterista completa, revela-se como uma série de aparições e julgamentos por perto e depois do ano 70dC. Desde a destruição de Jerusalém em 70 d.C. até a queda de Roma, passando pelas teofanias do Antigo Testamento, vemos um padrão divino de manifestação que desafia a visão tradicional de uma única Segunda Vinda de Cristo. As Escrituras, apoiadas por evidências históricas, nos convidam a reconsiderar nossas interpretações e a enxergar a Bíblia como um documento vivo e multifacetado, repleto de significados que reverberam ao longo do tempo.
Este estudo nos leva a uma compreensão mais profunda das Escrituras e nos desafia a examinar nossa fé à luz da história e da cultura bíblica. A Parusia, como fenômeno contínuo, nos lembra que Cristo está sempre presente, julgando as nações e cumprindo seus propósitos divinos, não apenas no fim dos tempos, mas ao longo de toda a história.
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